quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Fantasia, vista a sua também ( Retalhos de lembranças, lembranças em retalhos)

Inverno, um rigoroso e típico inverno riograndense, a semana corre o dia dos namorados se aproxima e eu nesse ônibus chato me dirigindo até a capital à trabalho.

Frio do caramba, nem a matinha é suficiente mais, mas meu livro me distrai, Coisas da Vida - Martha Medeiros, um livro de crônicas, que eu tô lendo sei lá, pela terceira ou quarta vez e o pior que acabo por me identificar com algum dos textos que antes tinha passado despercebido, a bola da vez a crônica chamada " a vida que pediu a Deus", fala um pouco do fato de sempre reclamarmos da vida que temos, mas não fazermos nada para mudá-la, interessante, reflexões a parte, talvez seja isso mesmo.

Tô eu aqui nesse ônibus, com frio, indo para um trabalho nem bom nem ruim, afinal me sustenta, mas não é oh que maravilha, chegando o dia dos namorados e eu vou acabar comprando um presente para mim mesma, como já fiz tantas vezes, shopping é o que não falta em Porto Alegre.
A verdade é que eu assim como tantas outras pessoas faço bem pouco para que minha vida mude, em relação a assuntos amoros então, nem se fala, mas fazer o que né, quando você deseja alguém que não te quer ou nem sabe da sua existência.
Ah! vai dizer que você não quer alguém?
Mentira todo mundo quer alguém e geralmente quem não lhe quer, fato.
Bom quem eu quero um dia já me quis ou pelo menos me enganou que queria.
Não vejo a tanto tempo, mas esses ares daqui como me fazem recordar.... Não nunca estivemos em POA, nem deu tempo disso acontecer. Não a pessoa não morreu, vive bem, tão bem que minha existência se faz indiferente.
E o frio não passa ainda bem que estamos chegando e o sol tá raiando de leve, mas acho que vai fazer um dia bonito, daqueles que dá para lagartiar no sol. Só que eu não vou poder porque vou estar naquela droga de shopping trancada o dia todo correndo de um lado ao outro para o evento sair em ordem. Ótima tarde de Sábado pra mim.
Tá parei de reclamar e de pensar também, na redenção lotada, no chimas que eu não vou tomar.
Chega! Vou voltar a ler.
Texto seguinte "lembranças mal lembradas". Ah! Vá é mesmo!
Ele fala um pouco sobre como as nossas lembranças nos prendem sem que conseguimos seguir em frente.
Acabo de descobrir o meu problema de encalho, ter lembranças, mas como diz Martha Medeiros no texto "sorte de quem lembra direito".
Eu sou do time oposto, certeza, lembro com lágrimas, sorrisos, lembro com intensidade, sinto cheiros sensações. Não consigo me colocar do lado de fora da lembrança, talvez se colocar de fora seja a maneira certa de lembrar das coisas, sei lá.
Opa! Chegamos, enfim a capital, o sol acordou de vez, hum... e eu precisando acordar de vez, estica, estica, deu coluna no lugar, óculos escuros no rosto, agora eu vou para onde "quiserem". É claro ir tomar aquele café forte no primeiro estabelecimento aberto, seja ele qual for, só precisa vender café.
Caminha, caminha, cada vez que venho aqui parece estar maior. tá certo não costumo vir com tanta frequência assim.
Padaria a 10 passos, é nessa mesmo, um café e um pão de queijo... Agora sim acho que acordei, mais uma esticada óculos no lugar, cigarro acesso, hora de ir trabalhar e sobe no ônibus de novo.
Continua...

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