Existem pessoas que pertencem ao mundo, incapazes de viverem uma rotina "operária", incapazes de pertencerem a um único lugar ou alguém. São multiplas, disformes e constantemente recriáveis."Seriam livres?" Não diria livres, mas presas a suas próprias filosofias, ideais, sonhos ou qualquer nome que queiram dar.
Existem pessoas que enxergam no mundo coisas que outras simplesmente veem, elas olham aprofudadamente o simples, o inacabado e depositam nisso sua admiração, talvez porque seus olhos alcancem além.
Existem pessoas solúveis, que acabam por se disolver em si mesmas, aquelas tais flutuantes, essas não pertencem ao mundo, mas sim ao seu mundo, as suas fantasias, as idealizações que as perseguem e as frustrações que sempre as acompanham.
Existem pessoas de "coração gelado", mas não um coração gelado propriamente dito, apenas fingem ser, talvez assim possam proteger-se, só o que não conseguem é proteger-se de si dos seus reais pensamentos e sentimentos, podem passar muito tempo procurando uma auto-explicação "porque não falei já que sinto?" ou "porque neguei e minto?"
Existem pessoas intensas, euforia seu sobrenome, vivem, jogam-se e na grande maioria betem de cabeça. "O que eu queria mesmo?" "Ah! Nem sei mais". Perdem-se pelo caminho em meio a sua intensa "vontade de sei lá o que".
Existem pessoas solitárias tão solitárias que sua própria companhia não é suficiente, vivem constantemente procurando um outro pelo simples conforto de não ser só acabam por não encontrarem o que queriam, mas o comodismo do ter faz o sentir transformar em pó.
Existem pessoas mosaicos, que são construídas pedaço a pedaço, um pouco de cada cor, cada jeito interligado por uma massa firme, seus pensamentos e ideias por mais facetados, são constantes mostrando sempre a mesma forma, transparentes de natureza, carregam o amor como preciosidade, sonham, mas principalmente realizam.
Quase sempre tropeço nesses tipos por ai!
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